quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Telegrama !

  O Juvenal tava desempregado há meses. Com a

 resistência que só oS brasileiros tem, o Juvenal foi

 tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao

 chegar no escritório, o entrevistador observou que o

 candidato tinha exatamente perfil desejado, as

 virtudes ideais e lhe perguntou:

 

 - Qual foi seu último salário?

 

 - 'Salário mínimo', respondeu Juvenal.

 

 - Pois se o Sr. For contratado, ganhará 10 mil dólares

 por mês!

 

 - Jura?

 

 - Que carro o Sr. Tem?

 

 - Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender

 pipoca na rua e um carrinho de mão!

 

 - Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi

 para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!

 

 - Jura?

 

 - O senhor viaja muito para o exterior?

 

 - O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar

 uns parentes...

 

 - Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos

 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco,

 Nova Iorque, etc.

 

 - Jura?

 

 - E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe

 confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente.

 Mas é praticamente garantido.

 Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO

 receber um telegrama nosso cancelando, pode vir

 trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias

 que eu citei.

 Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até

 à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

 

 Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só

 esperar até a meia-noite DA 6ª feira e rezar para que

 não aparecesse nenhum maldito telegrama. Sexta-feira

 mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a

 família e contou as boas novas.

 

 Convocou o bairro todo para uma churrascada

 comemorativa à base de muita música. Sexta de tarde já

 tinha um barril de chopp aberto.

 Às 9 horas DA noite a festa fervia. A banda tocava, o

 povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a

 mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero. A

 vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado

 do Juvenal.

 

 E a banda tocava!

 

 E o choop gelado rolava!

 

 O povo dançava!

 

 Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastaria

 horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta

 do primeiro salário. E a mulher resignada, meio

 aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.

 

 Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos........vira

 na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca

 amarela... Era do Correio!

 

 A festa parou!

 

 

 

 A banda calou!

 

 

 A tuba engasgou!

 

 

 Um bêbado arrotou!

 

 

 Uma velha peidou!

 

 

 Um cachorro uivou!

 

 

 - Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta DA festa?

 

 

 - Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.

 

 

 -Joguem água na churrasqueira!

 

 

 -O chopp esquentou!

 

 

 A mulher do Juvenal desmaiou!

 

 

 A motoca parou!

 

 

 O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:

 

 

 - Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri? - Si, si,

 sim, so, so, sou eu... A multidão não resistiu...

 

 - OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

 

 E o cara da motoca:

 

 

 - Telegrama para o senhor...

 

 

 Juvenal não acreditava... Pegou o telegrama, com os

 olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para

 todos. Silêncio total. Não se ouvia sequer uma mosca!

 Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama

 tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o

 telegrama..

 

 Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

 Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

 O povo em silêncio aguardava a notícia e se

 perguntava:

 

 - E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

 

 Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou

 mais uma vez para o povo que o encarava...

 

 Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro

 triunfal e começou a gritar eufórico.

 

 - Mamãe morreeeeuuu! Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!

 

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